terça-feira, 17 de junho de 2008

Insónia

A casa está silenciosa. O quarto está escuro. A única fonte de iluminação vem do visor do telemóvel. Os únicos barulhosque se ouvem é o 'tic toc' do relógio em cima da mesinha de cabeceira e lá fora de vez em quando ouve-se um cão a ladrar, e o som dos ramos da cerejeira a roçarem na persiana. Ando às voltas e às voltas na cama, tantas são as voltas que dou que os lençóis ficaram fora do sitio e de repente parecem mais compridos e começam a estorvar. O tempo passa devagar e o 'João pestana' não vem...fico a olhar à minha volta, os meus olhos já se adaptaram à escuridão e consigo visualizar bem os pormenores do meu quarto. O sono ainda não se faz sentir e então fico a pensar em coisas, em momentos sentidos, em sentimentos vividos...a minha mente é uma teia de aranha...um pensamento leva a outro, uma recordação aviva outra e quando dou por mim já é madrugada. A claridade começa a entrar pelos espaços da persiana mal fechada, o cão já não ladra mas agora ouvem se os passarinhos que insistem em ir cantar na cerejeira. Dou mais uma volta e mais outra. Agora os pensamentos começam a ser mais espaçados, mais escassos, menos significantes...Lentamente começo a sentir me leve e distante, os meus olhos estão mais relaxados, a claridade já é escuridão, os sons já não importam...Finalmente, o sono apoderou-se de mim. Estou a dormir. Entrei no mundo inconsciente dos sonhos, imagens estranhos atravessam a minha mente, pessoas aparecem e desaparecem, significações são relevados em pequenos pormenores...De repente o meu sono é invadido por som! Ouço alguém que parece estar muito longe chamar por mim. Começo a recupera a consciência. Pensamentos invadem me de novo a mente, mas desta vez são de irritação e frustração por saber que tenho que acordar...Começou um novo dia...

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