não consigo deixar de pensar num senhor invisual que acompanhei hoje na estação do metro. era um senhor já com alguma idade, com um ar simples e levava um pequeno trolley atrás. ia viajar. deixou cair a bengala nas escadas rolantes porque alguém cheio de pressa empurrou-o para passar à frente. quando-lhe entreguei a bengala ainda brincou, bem disposto, com a situação. não costumo intervir nem oferecer-me para ajudar pessoas invisuais porque penso que às vezes podem ficar ofendidos ou embaraçados mas continuei a acompanhar o senhor até à linha de metro. ele agradeceu, simpático, mas de vez em quando soltava um suspiro. quando tive que o deixar fiquei com um aperto no coração ao pensar no restante percurso que senhor ainda tinha que fazer para apanhar o comboio numa estação bastante grande e movimentada. se já para quem vê andar de transportes públicos é complicado, imaginem para quem é invisual! espero que o senhor tenha chegado bem ao destino.
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deita cá para fora