segunda-feira, 23 de maio de 2011

ando com uma tosse e dor de garganta estúpida e então recorri à tradicional caneca de leite a ferver com mel que me trouxe algumas memórias de há uns largos anos atrás. memórias de eu ser catraia e de estar na cozinha da minha avó a beber leite quente de uma caneca de alumínio enquanto via o programa "não se esqueça da escova de dentes". a cozinha cheirava sempre a superpop de limão e havia fumeiro pendurado do tecto. lembro-me de ter medo de ir à casa de banho que ficava na rua, e de ter que fazer as necessidades num penico durante a noite quando lá dormia. o quarto cheirava a lavanda e a vick vaporub e eu achava sinistro o menino jesus que olhava para mim, pendurado lá do alto da cama onde eu dormia. acordava de manhã com os galos a cantar e depois ia ter com miúdos da vizinhança, que eram para aí uns vinte. passava o dia a jogar ao esconde-esconde, a ser gozada pelo meu sotaque, interrogada sobre a minha vida na áfrica so sul e a ensinar asneiras em inglês. aquele mês de férias na aldeia, era o melhor de todo ano. hoje em dia, fujo de lá como o diabo foge da cruz. perdi toda a pureza e inocência e rendi-me ao sexo, drogas e rock n roll da cidade. se a minha avó soubesse da  vidinha que levo, nem acreditava!

Sem comentários:

Enviar um comentário

deita cá para fora